quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A estrutura da minha poesia

Eu preciso consumir técnicas e normas para ser entendido. Ser prolixo em meus pensamentos. Erudito em minhas lembranças. Fúnebres ou não, elas precisam ser resumidas na solidão única de uma frase ou as cores vivas de minhas palavras perderão o valor ante ao mundo. Porque aos conservadores, se não cubro o pontilhado que impuseram, as palavras figurarão como abstratas demais para serem arte. Nem comecei meu primeiro esboço, já me condenam a repetição. Pobre de mim que tenho uma péssima memória. Um desmemoriado pode ser um bom escritor? Onde se usa mesmo o gerúndio? Sei lá! A tensão de algumas palavras fogem ao rigor padrão. Desnudam-se elásticas e vivas. Tomando novas proporções, se molduram levemente a necessidade do quadro. Afinal transparecer rigidez não te dá a segurança de ser eficaz ou de ser inquebrável. Cambaleio tonto. Convido as idéias que se amontoaram timidamente ao redor. Terão que me perdoar da minha incapacidade para seguir regras. Elas precisam saber que as exclui porque não sei contar minha história com marionetes de uma língua. Minha inspiração é livre e tem voz própria. Não faço ventriloquismo com a poesia.

Leometáfora

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