sexta-feira, 18 de junho de 2010

Meu Jardim


Ando cultivando um jardim. As rosas não são raras. As flores dei-me a colher no mato. Têm um colorido que admiro e estão florescendo. Gastei um bom tempo revolvendo a terra e tirando-lhe as pedras. Ainda não está de todo pronto, mas já se respira algum perfume. Quando comecei, era inverno. Tardei a sentir coragem para o início. Teimei com as chuvas a minha empreitada. A água despencada, desenterrava as sementes, fazia tombar os galhinhos num desconstruir ordenado. E no amanhecer era preciso recomeçar o trabalho, dia após dia, até que o céu desse uma trégua justa. Eu conversava com as flores e elas tinham esperança. Eram carinhosas e compreensivas. Não como eu que não tive a paciência de te tentar amar de novo. Elas esperam a primavera e o passeio das moças nas calçadas. Eu espero o silêncio,
que não tarda a chegar quando me isolo nas lembranças.

Leometáfora

4 comentários:

Emilene Lopes disse...

Lindo seu texto!
Descrevestes um romance lindo.
Bjs Hugo
Mila Lopes

Emilene Lopes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Eu bem gostaria de ter um jardim como o seu, mas moro em um apertamento...rs
Sempre que tento cultivar flores, elas acabam morrendo.
Devem sentir falta do ar, do sol e da chuva.

Tenha um ótimo domingo!
Bjs da amiga,

Anne.

PEDEPOESIA disse...

Nossa...achei massa os teus escritos e o jardim também. Amo o contato com o verde, com a terra, o mar, enfim, a gênese da palavra também está aí.